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11306 views February 28, 2014 posted by Maja Wallengren

Blog do café: Blends, robustas e arábicas: Uma questão de posicionamento

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Dos amigos de CAFÉPoint no Brasil, muito interesante seu comentário.

Por Lucio Caldeira
Tudo indica que o artifício do blend (mistura) tenha surgido como o whisky. Inicialmente, o whisky era vendido como single malte e era feito com malte de uma única destilaria. Entretanto, em 1853, uma das principais produtoras vendeu volume superior à sua capacidade de produção e para cumprir o acordo, comprou malte de vizinhos e os misturou ao seu. Essa foi a primeira de muitas experiências que resultaram na criação dos blends. Atualmente, os Blended Scotch Whisky, que são o resultado da mistura de malte whisky e whisky de grão, respondem por algo próximo a 90 % das vendas mundiais da bebida.

No caso do café, é necessário lembrar que até 1865, o consumidor europeu e norte americano adquiria grãos verdes de origens diversas e as torrava em casa. Após esse período, o café passou a ser vendido torrado e em pacotes. Essa mudança propiciou o aumento do consumo e permitiu a formação dos blends. O café, assim como o whisky, passou a ser vendido sob a forma de misturas.

O blend, do ponto de vista do torrefador, sempre foi um grande trunfo. Primeiro porque a mistura de diferentes tipos de cafés sempre foi comunicada como uma espécie de alquimia. Vendeu-se a ideia de que os blends são feitos para proporcionar uma experiência de sabor e qualidade única. Dessa forma, o blend era uma espécie de segredo guardado a sete chaves. Havia na mistura a mística necessária para se vender café com glamour; e durante anos, a propaganda dos grandes torrefadores tinha por objetivo convencer o consumidor de que o seu blend era superior.

Por fim, o blend significa flexibilidade. A mística fez com que fosse guardado a sete chaves e por isso o consumidor não sabe o que está consumindo. Esse fato encobre um outro aspecto dos blends. As misturas são modificadas segundo alguns critérios – ‘segredos dos magos’, e isso reduz a dependência do torrador em relação a um determinado tipo de café ou origem.

A pergunta que fica é: a responsabilidade por divulgar o 100% arábica é dos países produtores de cafés arábicas (de qualidade superior) ou dos torrefadores internacionais, que ganham com o artifício dos blends entre arábicas e robustas?

Para todo o artigo; http://www.cafepoint.com.br/blogs/lucio-caldeira-cafe-e-estrategia/blends-robustas-e-arabicas-uma-questao-de-posicionamento-84878n.aspx
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